Wednesday, July 16, 2008

...Maio, maduro Maio - sempre a abrir

Pois foi... Depois dos castelos e do belo do descanso-passeio, ja se avizinhava um mes 'carregado'.
E 2 dias depois, assim foi a minha 'estreia' em Sofia - Bulgaria, para mais uma viagem tipo 'overnight', mas ao menos com tempo para ficar num dos melhores hoteis da cidade e jantar em boa companhia (e camaradagem) com os 'colegas' locais. Muuuiiiiito bom. Demasiado curto...

Dia seguinte, ala que se faz tarde e, depois de um almoco 'apressado' rumo ao aeroporto para outras paragens: Varsovia. Desta feita ja comeca a ser um 'habito', talvez a cidade que mais vezes visitei desde que comecei a viajar mais. Tambem aqui o gosto de ser recebido por boa gente, bem disposta e descontraida, o que sempre aligeira os contornos das viagem em trabalho.

Entre outras trocas e baldrocas, o trabalho (em geral) a 'apertar', e nova incursao a Moscovo. Engracado foi ser(mos) convidado(s) a ultima da hora para um jantar organizado por uma instituicao local para homenagear uma pessoa ligada a nossa industria, atraves do management local - que assim nos levou de 'arrasto'. Foi com muito gosto (e contangiante boa disposicao) que seguimos os varios brindes de homenagem e discursos, tendo aprendido um 'truque' valioso para estas ocasioes: ter sempre uma garrafa de agua por perto, de modo a encher o copo antes da proxima rodada de vodka! Ainda assim, nem sempre fui a tempo... Ainda bem que nao tinha de conduzir!!!

HEHEHE

E eis que recebemos novas visitas: a T. e a A. ca chegaram pela 1.a vez, com muita curiosidade na bagagem, e uma particularidade engracada: cada uma com o seu 'guia' de bolso! Sim senhoras!
Mais uma bela oportunidade de passear em redor, que o tempo nao esteve mau, e a 1.a visita aos vitrais da catedral de Gouda: baril! Obrigado por terem vindo, gostamos muito!

Na semana seguinte, fazer a mala para novas visitas-relampago: a Budapeste (arredores, que a cidade ainda me e desconhecida, mas despertou curiosidade quando passei pelo centro...), e de novo aeroporto, com 'stop-over' em Praga (apenas aeroporto... e a meio de uma verdadeira pilsner toca o telefone... 'R., como vai isso? apanhaste-me literalmente entre voos...'.Siga viagem para Bucareste (pela 1.a vez), mas apenas ate a entrada da cidade... foi mais visita de hotel que outra coisa. Fazia ca um calor... E o transito? Que caaaaooooossss.....

De regresso para 'enlouquecer' com o ambiente de escritorio, que isto de viajar e cansativo, mas as vezes sabe bem estar 'fora' so para nao estar 'dentro'...

Novamente um 'saltinho' a Varsovia, novamente de regresso 'a base', e no fim-de-semana uma 'festa' especial: a despedida (anunciada) de um CEO de loooonga data. Felicidades W...

Dia 30, fazer a mala para uma viagem muito especial, a terra dos marajas...

Saudacoes,

The Flying Expat

Saturday, July 12, 2008

... Maio, maduro Maio... - os castelos!

Na 'ressaca' de Abril, 1 feriado a 'fechar' (Koningindag - o dia da rainha...) e outro a 'abrir' o mes (5.a feira de Ascencao), por sinal feriado por toda a Europa por ser... 1 de Maio!
Mas mesmo so por coincidencia, que 'do lado de ca' os trabalhadores celebram literalmente o seu 'direito ao trabalho'... trabalhando.

'Pour moi' foi diferente: aproveitando a ocasiao de ter 2 feriados seguidos (mais 1 dia de 'folga' a fechar anter do fin-de-semana), e como ja disse, sem tempo de agendar algo mais 'elaborado' pos-se em pratica o 'Plano B' - uma especie de 'va para fora ca dentro', mas alargando um pouco os 'horizontes' a Alemanha, Belgica e Franca. So faltava escolher...
A escolha recaiu sobre um 'velho' projecto 'frances': 1 ano depois de revisitar Paris (mas com uma 'extreia absoluta' em Versalhes), havia agora que visitar uma zona especialmente encantadora, um pouco mais a sul: o Vale do Loire!
Para ser um pouco mais correcto: os Castelos do Loire.

E foi com um espirito alegre que comecou a viagem de carro, seguindo o percurso delineado com a ajuda do GPS, e fazendo questao de aproveitar pelo menos uma paragem pelo caminho. Na ida esse 'stop-over' foi em Tournai - ainda na Belgica - para uma refeicao leve e um passeio pela praca e ruas antigas da cidade.













Mas a estrada ate ao destino ainda era longa, por isso toca de voltar ao GPS e ao grande desafio rodoviario deste trajecto: a circular exterior de Paris! Dizem que todos os caminhos vao dar a Roma, mas nesta regiao parece mas e que todas as auto-estradas vao dar a circular de Paris... Como era dificil de evitar, foi na hora de ponta da tarde que por la se passou, com a paciencia necessaria para suplantar tamanho 'cliche' de se ficar parado no transito em plena viagem de ferias (ou feriados, neste caso... hihihi).

Nada que nao se resolvesse, a tempo de apanhar nova ligacao de auto-estrada, desta feita para Chartres. Pois e, terra da famosa catedral (principalmente, apenas e so da catedral...), vila simpatica e ponto estrategico de visita antes do verdadeiro objectivo da viagem.















E foi depois de uma 1.a noite em Chartres e da visita a catedral dos vitrais em 'chartres bleu', que se iniciou verdadeira aventura: os castelos! O primeiro foi o de Maintenon, que valeu nao apenas pela localizacao, como pela historia que o liga ao rei Luis XIV, por via da proprietaria do castelo, a Sra. de Maintenon, que uns acreditam ter sido sua amante (e outros sua esposa, em segredo...).















A chegada, a praca da vila estava cheia, dia de feira ainda no final da manha. Mas a saida, a calma ja tomora conta da vila, pelo que o mais acertado foi procurar um bom local para almocar. Ja em dia feriado tambem na Franca, nada melhor que o local mais 'cheio' da rua, onde a proprietaria se assumia como embaixadora da culinaria local, ainda melhor prenuncio para a refeicao desejada.
Ala que se faz tarde, e a lista para os proximos dias ainda e longa.
Com alguma incerteza no tempo (e outra no GPS, que teimava em nao identificar um dos nomes diligentemente escrito previamente numa shortlist de sitios 'recomendados a visitar'...), assim se passou uma boa parte da tarde, por campos verdes e amarelos (bonita imagem de Primavera que nao tive o prazer de guardar em fotografia...) ate a chegada a Orleans. Desilusao. Esperava mais da cidade conhecida pela sua catedral e pela ligacao com Joana D'Arc.

Volta rapida pelo centro, falta de estacionamento (bem como de outros motivos de interesse) e direccao a novo castelo, mais para sul, desta feita Sully-sur-Loire. [foto a direita]
Ja se fazia tarde, e a visita tinha terminado, mas foi suficiente passear pelos jardins a volta e para apreciar a estetica do castelo e sua envolvente. Bonito, mas o tempo instavel e a hora levaram a ter de decidir sobre jantar e dormida. Para isso era preciso determinar tambem direccao, sendo esta uma aventura com rumo estudado, mas nao tracado... Ou seja, havia que escolher as visitas do dia seguinte!

A decisao recaiu sobre Chambord, imponente castelo-palacio que se estende por varios hectares de propriedade, no meio de uma reserva natural. [foto a direita]
A visita durou uma manha inteira, seguida de um pic-nic improvisado.
Depois foi altura de rumar direccao ao castelo de Cheverny. Este entao muito mais palacio do que castelo, mas por demais aconselhado a visitar pelos luxuosos interiores ainda hoja mantidos pela familia que o herdou (grande negocio, nao haja duvida; tanta gente de diferentes partes do mundo nestas visitas...).

Com muito bom tempo, seguir viagem para Blois,
situada esplendidamente a beira do rio, e tempo para visitar o castelo [foto em baixo] e descansar numa esplanada. E uma cerveja de whisky...?!?!









Ja ao final da tarde, decisao 'antecipada' acerca das visitas do dia seguinte, pois a dormida tera de ser em local 'estrategico' para a partida matinal. E assim rumo a Amboise, terra de mais um bonito castelo, mas apenas para mirar de fora: 3 num dia ja e suficiente! [foto acima, a direita]
O dia seguinte comeca com uma 'piece-de-resistence': o castelo de Chenonceaux! Uma magistral localizacao sobre a agua confere-lhe um lugar de destaque em qualquer guia do Vale do Loire...














Sim senhor, quando se pensa que nada mais pode surpreender, este belo castelo, incluindo o seu interior e os jardins justificam plenamente a fama majestosa que muitos atribuem aos castelos do Loire. Assim, o resto nao desmerece, mas dificilmente ultrapassa...

Segue-se o caltelo de Azay-le-Rideau [foto em baixo, a direita], igualmente recomendado, mas desta vez a visita dos jardins ao redor teria sido suficiente - o interior nao trouxe nada de novo.














Ao final do dia, e ja mais em ritmo de passeio, paragem para ver o exterior do castelo de Usse, tambem apelidado de 'castelo da Bela Adormecida'. O preco proibitivo da visita, que tambem se avizinhava sem grandes novidades, e o facto da principal atracao serem bonecos a lembrar a historia do famoso conta-de-fadas (nem sequer eram figurantes...) dissuadiu de mais uma visita, que senao isto tambem se torna repetitivo, e o facto de ser uma visita aos castelos do Loire nao exige que seja ao interior de toooodos os castelos. Apreciar a paisagem serve perfeitamente na maioria dos casos.
Assim atravessou-se o rio, e atalhando pelo meio de uma floresta, chegada a vila medieval de Chinon, tambem 'dona' do seu castelo (era mais 'muralha', a bem dizer...), mas conhecida pelas suas ruelas estreitas e pracetas antigas, a lembrar velhos tempos e costumes. O pic-nic a beira do rio, com o Sol preste a por-se, foi duplamente delicioso...

Por questoes praticas de transito, e para nao abusar, a viagem de regresso marcada para o dia seguinte (mas nao muito cedo, que isto de ferias e feriados e para descansar), passando uma vex mais pela circular externa de Paris, agora incomparavelmente mais 'desafogada' em transito de fim de manha de Domingo. A rota determinou que o stop-over se processasse de novamente em terras da Belgica, com destino previamente escolhido (e muito ansiado, apos uma recomendacao especial com quase 2 anos!): Namur!















E assim terminou uma 'aventura' de 5 dias 'on-the-road', para carregar baterias para os meses vindoiros, sem ferias ou feriados do genero em perspectiva...

O resto de Maio fica para o proximo post.

Beijinhos e Abracos,

The Flying Expat

Abril...

Entre as trocas e baldrocas do mes das 'aguas mil', foram de assinalar os eventos que se seguem, e de notar que 'do lado de ca' o tempo ate nem esteve assim tao mau...


Destaque para o nascimento do Liam (parabens P. e C.!), o 2.o 'ponta-de-lanca' da sua familia (depois do Joshua ha quase ano e meio atras) como reconheceu de forma bem-disposta o pai. Fica o desafio de criar mais um 'estrangeiro' - teve de ser registado a nascenca como 'imigrante', tal como o irmao que com uma semana de vida ja tinha uma carta enderecada em seu nome para alertar a necessidade em se 'legalizar' (como queriam que o 'puto' fizesse, que assinasse logo de cruz na maternidade?... hihihi). Isto aqui, mesmo 'so visto, que contado nao tem tanta piada...' Como se isso nao bastasse, vai crescer ouvindo o pai brincar em ingles, a mae a acarinhar em espanhol, e os amigos a 'ladrar' (que bem podia ser o nome do 'dialecto local'...hehehe).


Entretanto foi tempo de visitas: benvindos M. e C., especialmente pelo facto de terem deixado o Ze Maria com 'baby-sitter' (os avos, que o devem ter mimado pouco por esses dias...), e mesmo assim terem sido 2 visitantes a caminho de serem 3! Parabens! E desta vez sera menina... Pena o tempo nao ter sido ideal, mas deu para os passeios e as fotos da praxe. Muito fixe!


Nova efemeride: o baptizado do Lucas! Mas por vezes 'nao ha fome que nao de em fartura' ...
Very sorry pela sobreposicao de datas, A. e S.. Pelo menos podemos dizer que ele esta um verdadeiro 'boneco'!


Nesse fim-de-semana a atencao acabou por ser dedicada a P. e ao F., felizes noivos numa festa que fez juz ao 'temperamento' do mes de Abril. E nos por ca com tao bom tempo... Valeu claro pela alegria do momento, e pela familia revisitada (que esta vida sao 2 dias, e esta viagem foi pouco mais que 3, casamento incluido!).


Last but not least, tempo de voltar a rotina e pensar que raio fazer nos feriados 'locais' do fim do mes, que ja nao houve tempo de marcar verdadeiras ferias depois do cancelamento de reunioes.



See you in the next chapter,


The Flying Expat

Sunday, June 29, 2008

Long time no write

Foi mais um longo interregno, e desta vez verdadeiramente longo!

Muito se passou, desde trabalho com muitas viagens, despedidas e apresentacoes, nascimentos, casamentos, baptizados, novas linguas, cidades e paises, e principalmente, novas visitas.
Entre 'altos' e 'baixos', dias mais curtos e longos, e um Verao antecipado interrompido por fortes chuvadas repentinas, foram essas visitas trouxeram alegria e paz de espirito, leveza e bem-estar... Nesses dias e como se a realidade fosse a de um turista, apenas por uns dias, e as coisas voltam a ter um sabor especial, voltam a ser unicas, como uma primeira experiencia que nos faz sentir bem. Nesses dia o mundo e saudavel, sem interesses escondidos, sem 'agendas' no sentido literal e no seu 'duplo sentido'.

Eata semana senti-me 'cansado'. Nao estava adoentado, e a viagem mais longa foi a Amesterdao, para uma reuniao de 2 dias com colegas, e inclusive com boa disposicao a abrir (jantar). As piadas ou comentarios da 'estacao', nao estivesse o futebol em 'alta' e tudo o resto fosse apenas a rotina que nos faz levantar pela manha e cumprir o horario. Mas ao fim de algumas horas o ambiente voltava a ser o mesmo dos outros dias, pesado, com a sensacao de 'disco riscado' a tocar a mesma musica, numa versao 'negra' de 'With or Without You' em que a mensagem principal nada tem que ver com sentimentos nobres, mas mais uma especie de 'aviso a navegacao' para deixar bem claro que: "Qual e -a tua - o meu? Nao sabes que quem manda aqui sou eu?..."

E o tipo de coisas que nao combina (a meu ver...) com a mensagem do '3 mosqueteiros', e 'somos uma equipa', bla, bla, bla.

'Botom-line', nada que nao se possa ler de uma outra forma, bem mais positiva: "concentra o teu tempo e a tua energia naquilo que e verdadeiramente IMPORTANTE, e que te faz FELIZ!"

Por isso os proximos posts serao sobre aquilo que me fez sentir bem nos ultimos meses.
Abracos e Beijinhos,

The Flying Expat

Sunday, March 30, 2008

There and Back Again...

Ontem acabei de ver uma vez mais a 'trilogia' de John R.R. Tolkien, na [bastante completa] versao de Peter Jackson. De vez em quando 'la vai disto', que e para isso mesmo que servem os DVD's e assim se gozam pequenas paixoes, quando nao em livro, claro... Mas neste caso tem sido mais facil rever os 3 filmes do que reler os 3 livros. I wonder se nao teria um gostinho diferente, se o fizesse de novo... Claro que desta feita os personagens ja estariam 'catalogados' com os actores, enquanto que da primeira vez a leitura foi 'pura', no sentido de moldar as feicoes e os surroundings da aventura [quica a verdadeira intencao de Tolkien ao criar tao intrincado universo, para que o detalhe pudesse ser ainda mais magico por pertencer quase em exclusivo a imaginacao de cada um de nos...].
Isso tambem me recorda as curtas incursoes a 'casa', para respirar Familia e Amigos, e saborear todo o tipo de iguarias: a vida sao 2 dias, e nessas viagens parece que e so 1 porque tem de se contar com o tempo a ida e de volta... Quanto a 'saudade' vem ao de cima, desejo que fosse 'Here and Back Again' e nao o contrario...
Hoje voltei a mudar o layout do blog, mas no ultimo momento 'contive-me' e suprimi alguns tons de 'portugalidade' que ja se espraiavam pela pagina... Depois ainda teria de mudar o titulo para 'Diario de um Emigrante' ou 'Mala de Plastico' [que a 'outra' la na Franca ja tem direitos de autor sobre um 'outro' titulo].
Assim mantenho-me fiel ao conceito 'Expat', que isto nao e para promover o folcrore e a chourica assada [sem nada ter contra um e outra, bem pelo contrario!], mas o proposito continua a ser dar noticias do lado de ca para quem esta desse lado, e de vez em quando tambem uma ou outra dissertacao dependendo do estado de espirito.

Saudacoes 'fadistas',

The Flying Expat

Sunday, March 02, 2008

Polonia Profunda

Lembro-me de viajar a sul do Tejo, por diversas vezes, e ‘aventurando-me’ por Borba, Vila Vicosa ou Estremoz surgia quase sempre a expressao “Alentejo Profundo”... talvez para dar maior dimensao ao isolamento e as particularidades de viver naquela regiao.

Depois de desfazer a mala de Moscovo, tempo de descansar um dia e re-fazer a mala para nova 'visita' a Polonia. Desta vez o voo foi Amesterdao – Varsovia, mas nao era esse o destino final. Hotel no centro da cidade, e ate aqui nada de novo... a nao ser a neve que caiu durante a noite e deixou um manto branco nos telhados e ruas da cidade. O plano nao era ficar na cidade, mas rumar 300 km a norte para o local que corresponde a sede ‘operacional’ do negocio... mas que de ‘central’ tem muito pouco.

O ‘transfer’ para este ‘escritorio’ durou nada mais, nada menos, do que 3 horas, por estradas ‘nacionais’ a cortar uma paisagem campestre, picotada por quintas e aldeias, numa viagem que me fez recuar no tempo e recordar a expressao acima enunciada, tal como no Alentejo... a Polonia ‘Profunda’…

Curioso como a Polonia apresenta semelhancas no equilibro [!] entre o rural e o urbano. So que o 'fosso' parece bem maior, a vista desarmada. Ainda mais desde a adesao a Uniao Europeia, cidades como Varsovia expandem-se e ‘modernizam-se’ a olhos vistos, depois de anos detras da ‘cortina de ferro’ [que ainda assim muitos admitem nao ter sido tao de ‘ferro’ assim como na ‘vizinha’ Ucrania, por exemplo]. Respira-se ‘liberdade’ e ‘liberalismo’ nas ruas da capital, mas sem esquecer a orientacao ‘moral’ da Igreja, sempre presente, e que representou um papel tao importante nos anos do ‘comunismo’.

Mas saindo alguns quilometros da ‘grande cidade’, a fotografia muda quase que por instantaneo. Ja tinha sido essa a primeira impressao numa curta viagem a Cracovia, 2 anos atras. Estradas ‘nacionais’ ‘povoadas’ de pequenas viaturas, ou mesmo de veiculos puxados por animais, o que me lembra deslocacoes para norte de Vila Franca de Xira, ha muitos anos atras, quando ali acabava a auto-estrada...

Desta vez, a saida de Varsovia o percurso estava 'decorado' com neve, caida durante a noite sem aviso. A chegada, a estranheza de nao vez uma povoacao... mas um 'sitio'! Praticamente se podia dizer que a populacao daquele lugar seriam os trabalhadores da fabrica, e ainda quem quer que trabalhasse e vivesse na 'quinta' do lado oposto da estrada.

No dia seguinte foi mais evidente a 'deslocalizacao' experimentada nesta visita. Tendo ficado num hotel a cerca de 50 km de distancia, a viagem matinal foi feita atraves de estradas secundarias e terciarias, quais atalhos pela natureza para deixar bem vincado onde estavamos. Confesso que teve o seu que de 'refrescante' [nao, desta vez nao tinha nevado...], mas nada que apetecesse por mais dias, especialmente porque eram de trabalho.

Durante a estadia, ainda tempo de uma curta visita a cidade onde viveu Copernico, e onde se veio a fundar uma Universidade, ainda hoje das mais relevantes no pais. Foi agradavel passear na parte 'velha' da cidade, e depois jantar num restaurante com ar 'tipico' [talvez demasiado, se incluirmos os musicos de 'folclore' local...], mas nenhuma razao de queixa da comida, e muito menos da bebida.

Depois de terminadas as reunioes, tempo de voltar a Varsovia para apanhar o aviao de regresso. Desta vez o 'transfer' foi feito numa carrinha, por sinal nao tao confortavel, o que dificultou o descanso que uma viagem de 3 horas apos o almoco [de sandes...] pedia. Ao menos valeu o tempo passado no 'lounge' para relaxar um pouco, se bem que a rebentar pelas costuras [nunca mais terminam as obras no novo terminal...], paragem que ja comeca a ser habitual nestas andancas.

Saudacoes,
The Flying Expat

Saturday, March 01, 2008

Moscovo no Dia de S.Valentim

"Mais vale tarde do que nunca..."
Esta viagem ja ocorreu faz duas semanas, mas ainda vai a tempo de preencher um post.
O voo de ida nao teve estoria. Apenas o facto da chegada ao destino se fazer com duas horas de diferenca no novo fuso horario, ja depois de quase uma hora de atraso na partida. Sem surpresa constatei que o tempo nao mudara muito desde a ultima vez [que foi tambem a primeira], e que a neve preenchia quase todos os espacos em redor da estrada. Mais uma vez o cheiro a alcool [etilico, puro!] que ja havia percebido tratar-se da engenhosa alternativa ao normal liquido para limpar os vidros, contra a formacao de gelo no para-brisa. Hora e meia no transito cada vez mais caotico e tipico de Moscovo, nao interessa se na 2.a ou 3.a radial exterior, se no coracao da cidade [se bem que ainda nao foi desta que passei em frente ao Kremlin...].
Vale a velocidade e engenho [loucura?!?] do motorista da empresa, recrutado ainda como taxista para esta importante funcao de escoltar 'dignatarios' estrangeiros [hihihihi] pelos meandros desta grande cidade. O ingles nao e o seu forte, mas nada que um aperto de mao de uma cara conhecida nao resolva. Uma vez mais nao fui so para esta viagem, numa tentativa mais ou menos forcada de criar uma transicao do 'velho' para o 'novo', suavizando o 'choque' que a 'curva de aprendizagem' invevitavelmente ira causar...
Assim chegamos ja de noite ao hotel, felizmente o mesmo 'santuario' da vez anterior, e tambem o mais recomendavel 'cantinho' de entre outras alternativas que os meus colegas tambem ja aqui
experimentaram. Ao menos contar com uma nota de conforto em viagens destas. Algo que o cartao de credito tera de suportar ate que o ciclo se complete, no emaranhado burocratico de despesas e reembolsos.
Depois de uma leve preparacao para o dia seguinte, a mesa de jantar, uma nao-tao-leve habituacao ao fuso horario e a necessidade de quase forcar o cansaco a intervir duas horas mais cedo que o normal. Afinal os dias seguintes afiguram-se preenchidos, e de certa forma o 'fantasma' da nova responsabilidade persegue-me desde que esta reuniao de 4 dias foi inicialmente agendada...
Acordado para o primeiro dia, tempo de voltar a companhia do nosso motorista na direccao do escritorio, sito numa zona ja residencial, fora do centro, nem por isso com menos movimento. O inicio do dia faz-se de salamaleques e 'ala que se faz tarde', ha que iniciar as 'hostilidades'. Depois de um almoco na 'cantina', onde imperam invariavelmente os pratos de 'rabbit' vs. 'beef' [assim o dizem...], tempo para a versao vespertina da 'reuniao', entao sim transformada em 'discussao'.
Ao fim do dia, o cansaco de uma longa sequencia de argumentos e contra-argumentos em ingles de varios sotaques, que ali ninguem era nativo de um ou outro pais que tenha essa lingua por materna [se bem que os ingleses costumam dizer que os americamos sao o unico povo do mundo que nao sabe falar ingles...]. O jantar de 'cortesia' foi [talvez por isso ?!?] mais silencioso que o esperado, pois lembro na vez anterior uma alegre combinacao de vodka e vinho a ser 'regada' por piadas e estorias de outros tempos. Talvez dessa vez a falta de inibicao fosse extraordinaria, ao contrario do 'presente'... A conversa de circunstancia la tomou o seu lugar, por entre fugazes comentarios acerca da situacao do pais ou da 'nossa' industria, sempre facil de gerar conversa.
De regresso ao hotel, com consciencia do 'peso ' do dia, tempo ainda para uma bebida no bar do hotel, estranhamente 'povoado' numa 3.a a noite, e a surpresa de um outro colega se juntar a 'tertulia' de expatriados na 'cidade vermelha' [sera que ainda se pode dizer isto?], esse sim um verdadeiro 'habitue' das andancas russas...
No dia seguinte, nova bateria de reunioes, desta vez com a agravante de que o meu colega vai de regresso a tarde, o que me deixa na nao muito confortavel posicao de 'one-man-show' durante meio dia. A noite entao chegam outros colegas, novos 'actores' da mesma 'peca de teatro', mas na qual eu nao me livro de participar em cada 'cena'... Enfim, valeu entao o facto de 'despachar' mais uma discussao, e ainda de conhecer um personagem fluente na lingua portuguesa [dos tempos em que o jornal 'Avante' tinha grande tiragem e em que Russos e Portugueses viajavam e permaneciam longas temporadas num e noutro pais, ou nas ex-colonias, como fruto da politica entao vigente]. O jantar foi desta feita 'informal', apesar de devidamente organizado a pensar nos colegas que chegavam e nos que vivem na cidade. Uma oportunidade para a confraternizacao em holandes [a maioria] com um cantinho portugues a salpicar as conversas em ingles.
Dia de S. Valentim.
Foi, sem duvida, de descompressao individual face a agenda dos dois dias anteriores, mas nem por isso menos preenchido. Valeu a presenca da 'task force' chegada no dia anterior, e nova combinacao para jantar desta feita num restaurante Libanes em plena Moscovo. Existe algo de caricato em celebrar uma noite que se quer romantica num restaurante que oferece como entretenimento principal um espectaculo de danca-do-ventre !
Mas nao pensem que o restaurante nao estava a abarrotar de casais, fosse de que natureza fosse, carregando ramos de flores para tras e diante... E caso para pensar se nao ha razao para juntar o 'util' ao 'agradavel', mas deixo ao vosso criterio a associacao de ambos os termos ao cenario em causa.... [hihihi]. Para completar o quadro, a neve nao parou de cair la fora durante todo o jantar, enchendo de branco as janelas daquele recanto 'perdido' do Medio Oriente.
Ficam ainda as estorias divertidas de regresso ao hotel: numa noite 'apinhados' num Lada, com receio que fosse rebentar pelas costuras no meio de cada curva e contra-curva do motorista; e noutra noite de 'boleia' mas com um elemento em excesso, o que relegou um dos 'convidados' para a mala do carro...
A viagem terminou no dia seguinte, com horarios diferentes para o regresso dos participantes, e passando novamente pelo transito da metropole depois de almoco, nao sem antes experimentar uma apreciada variante no menu da 'cantina': salchichas!
Acabou por ser um dia mais comprido que o normal, ao recuperar duas horas no fuso horario de origem, a iniciar um fim-de-semana mais curto que o habitual em face do calendario da proxima viagem, e adiando esta publicacao para dias mais tranquilos...
Saudacoes,
The Flying Expat

Friday, February 01, 2008

Novo mes, novos posts

Mais uma declaracao de intencao, eu sei...
Mas este mes de Fevereiro terei de facto mais sobre que escrever! A questao vai ser o timimg de passar as [eventuais] 'estorias' para o 'pequeno ecran' [nao, nao estou a falar da TV...].
Para ja, o 'schedule' apresenta os seguintes destinos: Moscovo [a estadia mais longa], Varsovia, Budapeste e Sofia. Nao ha fome que nao de em fartura!!!

Saudacoes,

The Flying Expat

Saturday, January 12, 2008

Siga...

Novo ano e sinonimo de recomeco, mesmo que pelo trilho da continuidade, e reavaliacao [ou confirmacao] daquilo que esta, ou deveria estar para vir.
Na azafama das ultimas semanas, em parte positiva fruto do tempo passado com a Familia a Amigos [nao todos, infelizmente...], mal deu tempo para aperceber da mudanca no calendario, tal a premencia de outros assuntos que nao se compadeciam com o acerto do mes e ano, mas sim com a data limite da estadia. Assim se passaram dias preenchidos com trabalho fisico e mental, que de ferias e descanso verdadeiramente pouco tiveram, salvo os 'encontros' [bem hajam!] acima mencionados.
E e por ai que dou por mim a iniciar uma pequena lista de objectivos para o ano que se segue, no contexto de uma realidade de expatriamento que dificilmente mudara [nos proximos 365 dias], mas sabendo que ha sempre algo passivel de melhorar, apesar da ja mencionada 'continuidade'.
Assim, traco os seguintes objectivos:
  • prioridade a maxima "mente sa em corpo sao" - o ano de 2007 foi de facto muito interessante, uma vez mais, quer a titulo pessoal como profisisonal. Mas nao posso ignorar os desequilibrios que nao raras vezes assolaram o meu dia-a-dia, em parte fruto das circunstancias, mas tambem assumidamente por uma atitude por vezes menos assertiva aquando de optar por utilizar a palavra "NAO" [em holandes, "NEI"]. O uso 'razoavel' desta palavra, de forma mais recorrente, em conjunto com um horario mais equilibrado [e porque nao, mais 'holandes'], levara com certeza a saudaveis sessoes de exercicio fisico, a tempo e horas, de forma manter o ansiado equilibrio [assim o espero!];
  • abertura de espirito no contacto com novas pessoas e realidades ["keep an open mind"] - por natureza nao me considero preconceituoso, mas todos temos alguma tendencia a cimentar determinados pontos de vista, ainda mais se habituados durante algum tempo a ter uma visao 'global' mas simultaneamente 'distante' das coisas, perdendo [apesar de nao intencionalmente] um pouco da perspectiva de como as mesmas de facto se processam. Numa nova funcao, que me obriga a contactar com novas pessoas e realidades, espero ter o discernimento e a humildade para 'descer a terra' quando necessario, de forma a poder partilhar ideias e pontos de vista, e quem sabe assim aprender um pouco mais acerca daquilo que se passa a minha volta;
  • "regresso as origens" - a antecipacao das ultimas ferias, e a 'confirmacao' veiculada pelo convivio com amigos e familiares, e pelo bem-estar da presenca em 'lugares comuns', reforcou a ideia de que e preciso regressar mais vezes, e saborear tanto quanto possivel de tudo o que ai se respira e vive. Um expatriado nao e verdadeiramente um cidadao do mundo, mas sim um cidadao no mundo, que tem sempre uma origem algures;
  • "porta aberta" - no sentido inverso, estarei na expectativa de ser surpreendido tantas vezes quantas for possivel na minha 'casa-longe-de-casa', tal como ja aconteceu nos anos anteriores. A bem das 3 maximas anteriores, sejam benvidos ao "Hotel M" em nome do equilibrio e do bem-estar, para conhecerem novas realidades e, nao menos importante, de forma a trazerem e partilharem um pouco da vossa bendita 'Portugalidade'.

Que os vossos sonhos se concretizem em 2008,

The Flying Expat