Lembro-me de viajar a sul do Tejo, por diversas vezes, e ‘aventurando-me’ por Borba, Vila Vicosa ou Estremoz surgia quase sempre a expressao “Alentejo Profundo”... talvez para dar maior dimensao ao isolamento e as particularidades de viver naquela regiao.
Depois de desfazer a mala de Moscovo, tempo de descansar um dia e re-fazer a mala para nova 'visita' a Polonia. Desta vez o voo foi Amesterdao – Varsovia, mas nao era esse o destino final. Hotel no centro da cidade, e ate aqui nada de novo... a nao ser a neve que caiu durante a noite e deixou um manto branco nos telhados e ruas da cidade. O plano nao era ficar na cidade, mas rumar 300 km a norte para o local que corresponde a sede ‘operacional’ do negocio... mas que de ‘central’ tem muito pouco.
O ‘transfer’ para este ‘escritorio’ durou nada mais, nada menos, do que 3 horas, por estradas ‘nacionais’ a cortar uma paisagem campestre, picotada por quintas e aldeias, numa viagem que me fez recuar no tempo e recordar a expressao acima enunciada, tal como no Alentejo... a Polonia ‘Profunda’…
Curioso como a Polonia apresenta semelhancas no equilibro [!] entre o rural e o urbano. So que o 'fosso' parece bem maior, a vista desarmada. Ainda mais desde a adesao a Uniao Europeia, cidades como Varsovia expandem-se e ‘modernizam-se’ a olhos vistos, depois de anos detras da ‘cortina de ferro’ [que ainda assim muitos admitem nao ter sido tao de ‘ferro’ assim como na ‘vizinha’ Ucrania, por exemplo]. Respira-se ‘liberdade’ e ‘liberalismo’ nas ruas da capital, mas sem esquecer a orientacao ‘moral’ da Igreja, sempre presente, e que representou um papel tao importante nos anos do ‘comunismo’.
Mas saindo alguns quilometros da ‘grande cidade’, a fotografia muda quase que por instantaneo. Ja tinha sido essa a primeira impressao numa curta viagem a Cracovia, 2 anos atras. Estradas ‘nacionais’ ‘povoadas’ de pequenas viaturas, ou mesmo de veiculos puxados por animais, o que me lembra deslocacoes para norte de Vila Franca de Xira, ha muitos anos atras, quando ali acabava a auto-estrada...
Desta vez, a saida de Varsovia o percurso estava 'decorado' com neve, caida durante a noite sem aviso. A chegada, a estranheza de nao vez uma povoacao... mas um 'sitio'! Praticamente se podia dizer que a populacao daquele lugar seriam os trabalhadores da fabrica, e ainda quem quer que trabalhasse e vivesse na 'quinta' do lado oposto da estrada.
No dia seguinte foi mais evidente a 'deslocalizacao' experimentada nesta visita. Tendo ficado num hotel a cerca de 50 km de distancia, a viagem matinal foi feita atraves de estradas secundarias e terciarias, quais atalhos pela natureza para deixar bem vincado onde estavamos. Confesso que teve o seu que de 'refrescante' [nao, desta vez nao tinha nevado...], mas nada que apetecesse por mais dias, especialmente porque eram de trabalho.
Durante a estadia, ainda tempo de uma curta visita a cidade onde viveu Copernico, e onde se veio a fundar uma Universidade, ainda hoje das mais relevantes no pais. Foi agradavel passear na parte 'velha' da cidade, e depois jantar num restaurante com ar 'tipico' [talvez demasiado, se incluirmos os musicos de 'folclore' local...], mas nenhuma razao de queixa da comida, e muito menos da bebida.
Depois de terminadas as reunioes, tempo de voltar a Varsovia para apanhar o aviao de regresso. Desta vez o 'transfer' foi feito numa carrinha, por sinal nao tao confortavel, o que dificultou o descanso que uma viagem de 3 horas apos o almoco [de sandes...] pedia. Ao menos valeu o tempo passado no 'lounge' para relaxar um pouco, se bem que a rebentar pelas costuras [nunca mais terminam as obras no novo terminal...], paragem que ja comeca a ser habitual nestas andancas.
Saudacoes,
The Flying Expat
Sunday, March 02, 2008
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