' Ni - Hau ' to the Great Wall!

As fotos ate podem fazer justica ao cenario, mas a verdade e que e quase indescritivel a sensacao de estar 'la em cima'... A Grande Muralha e verdadeiramente algo que parece do 'outro mundo', tao dificil que e acreditar que tudo aquilo foi feito por engenho (sangue, suor) e arte do Homem!
E ha tanto tempo atras....

O tempo, apesar de frio, pareceu adequar-se a visita: muito Sol e um vento 'fraco' [tendo em conta a altura do ano e a 'altura' (v.g. 'altitude') do local...], que ate deu para ter calor!?!!
Claro que isso teve que ver com a pre-disposicao em proteger-me do frio, por isso varias 'camadas' de roupa formavam um dispositivo 'anti-congelante' e 'corta-vento' antes de iniciar a subida. So que a certa 'altura' pareceu pouco exagerado... afinal este Sol de Inverno aquece!
Mas a beleza 'primaveril' da tarde, cuja abundante luz natural conferiu uma espectacularidade adicional fez esquecer tudo isso: para onde quer que olhasse, uma visibilidade quase perfeita dos pormenores 'ondulados' da muralha, serpenteando interminavel pelas montanhas. E os contornos indistintos das aldeias no sope da montanha, 'plantadas' nas margens de um rio.

De manha ja havia sido uma 'licao de Historia' da China da dinastia Ming, durante a visita ao vale dos tumulos [Ming], a saida de Pequim. E a ida a Muralha foi o comprovar de que essa 'historia' marca nao so o passado, mas tambem o presente e inevitavelmente o futuro [assim o 'Homem' queira, e os patrocionios o permitam...].

Problema foi levar a cabo o 'desafio tracado' ao chegar ao penultimo ponto de referencia: subir uma escadaria ingreme de mais de 450 degraus ate a 'ultima' torre [disponivel] daquele troco de muralha! A visao de uma jovem a descer vagarosamente ja inspirava alguma desconfianca. "Se e assim para descer, imagino para subir..." pensei eu. Foi por isso que parei 3 vezes. Desculpa mais que perfeita para 3 fotos da vista... hehehe

O cumulo foi ver que o ultimo acesso para a referida torre nao passava por degraus 'normais'. A torre estava situada 3 metros acima destes, e acessivel apenas por uma 'escada' [de pedra] tao inclinada como estreita, e cuja profundidade dos degraus mal permitiam que metade do meu pe assentasse... Mas alcancado o desafio, a vista deslumbrante contrastou com a relativa 'pequenez' do feito: so dava para ver ainda mais torres numa interminavel continuacao da muralha, e a lembrar a imponencia daquele 'projecto' que se pode ver do espaco.... Valeu bem a pena!

De volta a Pequim, depois do 'exercicio' do dia, foi tempo de uma massagem chinhesa. Sim, eu disse MASSAGEM, das verdadeiras... Alias, 'massagem chinesa'. Confesso que fiquei um pouco assustado no inicio, ao sentir alguns 'crack' nas minhas costas e bracos! Mas de facto serviu para relaxar os musculos.

O dia seguinte foi o mais frio. Apesar de um ceu azul, era um sol era 'gozao' que aparecia com uma temperatura abaixo de zero, e um vento que mais parecia vir da Siberia! Ou seja, 0 ideal para visitas ao ar livre... ou nao!!! Fui assim visitar o 'Lama Temple', o 'Summer Palace' e o 'Temple of Heaven' - ver fotos no post anterior. Essencialmente locais de culto e, no caso do palacio, de 'relax' da familia imperial nos dias de Verao.

No Lama Temple o movimento de pessoas e uma constante. Mais que uma atraccao turistica, e um local de 'peregrinacao' diaria para milhares de crentes na fe budista/lamaista. Nada de fotos no interior dos templos, por isso nao vos posso mostrar a maior representacao de 'Buda' do mundo, inclusive de acordo com os registos do Guiness Book. E impressionante, acreditem... Especialmente por se tratar de uma estatua gigante 'indoors', ou seja, o templo onde se encontra situada funciona como uma especie de 'cobertura'. Tem uma altura equivalente a 4 andares e foi talhada a partir de um unico tronco de arvore...

Seguiu-se o Summer Palace. Como o nome indica, era para onde a familia imperial [e a sua corte] iam passar os meses de Verao, dado o acentuar de calor no centro da cidade de Pequim. Assim, foi mandado construir um palacio e correspondente envolvente nas margens de um lago [que diga-se de passagem, estava 'gelado' tal era o frio...], constituido por uma panoplia de jardins, passeios e pontes, desenhados para saborear a frescura a volta desse mesmo lago. O palacio fica situado no quadrante nordeste [NE] mais distante do cento da cidade, mas hoje ate esta area ja e considerada parte da cidade de Pequim, por isso vejam como esta se expandiu... E para ajudar a explicar: foi mais de meia hora de carro para la chegar a partir do centro, e sem transito. A cidade e simplesmente... enorme! Para complicar as coisas, o lago corresponde exactamente a zona mais 'fresca' de Pequim, razao pela qual ai se construiu o palacio. O problema foi nao estarmos no Verao! Agora imaginem o 'fresquito' que nao e no Inverno... A vista era tao deslumbrante como o frio era insurpotavel!

Last but not least, o Temple of Heaven. A principal funcionalidade do Templo 'principal' e jardins e templos envolventes era prestar homenagem ao Ceu e agradecimento pelas boas colheitas. Ou no caso de mas colheitas, rezar para que melhores dias viessem... Ou seja, havia sempe motivo para grandes cerimonias, e nestas o imperador nao era mais que um emissario entre o 'terreno' e o 'divino'. Digamos que fazia parte do 'contrato' estabelecido com o seu povo.

Foi de facto uma visita inesquecivel: a Muralha, a Cidade Proibida, os Templos, os 'Saldos', ate a comida [surpreendentemente sempre saborosa e apetecivel...] e, atrevo-me a dizer, ate as peripecias com os taxistas do outro [lado do] mundo - valha ao menos que as estorias sirvam para rir acerca de alguma coisa, ja que o sorriso deles tambem era bem amarelo...

Brincadeirinha... Para dizer a verdade, a pior estoria de taxistas que guardo passou-se na Grecia. Mas isso sao outras cantigas. Obrigado pela atencao, e acreditem que Pequim vale bem a pena!

Abracos, Beijinhos e 'solisos amalelos' - The Flying Expat.

" Ni - Hau ": the foto lounge...

"Ola" caras e caros,

aqui ficam algumas fotos da 'viage'...

[Porta da Cidade Proibida, com foto de Mao-Tse-Tung vista da Praca Tianamen]

[Trono Imperial na Cidade Proibida ]

[A Grande Muralha da China - 1 ]

[A Grande Muralha da China - 2 ]

[ Lama Temple ]

[ Summer Palace ]

[ Temple of Heaven - 1 ]

[ Temple of Heaven - 2 ]

Beijinhos e Abracos,

C.C. - The Flying Expat

'Sche-Sche' - part 2

Depois de 'viajar' pela CREL de Pequim, com ligacao da 5.a ate a 2.a circular ali do sitio, la me apercebi de algo que deveria ser ja o 'centro' da cidade.... acho que foi do transito e dos anuncios luminosos a marcas bem 'ocidentais'.
Alguns zigue-zagues depois, o hotel [isto de ver carros apenas na televisao, durante muitos anos, e de repente poder de facto conduzir um carro a serio no dia-a-dia ainda deve entusiamar muitos 'novos' taxistas chineses...].

Mas tinha prometido que passava a outros assuntos... por isso ca vai, ponto numero 2: na China nao se dao gorjetas! Ou sera que se dao? Pelo menos neste aspecto, sei que os taxistas sao excepcao [hehehe, alias, tentam logo 'cobra-la' no preco inicial!]
O.K., o.k., eu mudo o disco! Dizia, tendo chegado ao hotel, la veio um 'bell-boy' para me abrir a porta e dar as boas-vindas... Infelizmente, sem mais Yen's para 'distribuir' la peguei na minha mala e dirigi-me ao balcao. Vim a saber dias mais tarde que afinal nem sequer e tradicional dar a bela da 'gorja' por aqueles lados! Nao e que que eles se importem de receber [alguns], mas para quem realmente deve estar habituado na industria do turismo, uma gorjeta em Yen's teria que ser em grande quantidade para fazer diferenca!!! (hihihi)

Mas isso tornou-se mais claro logo nessa noite. Sendo ja algo tarde, e estando a procura de restaurante para jantar, deparei-me com uma serie de portas fechadas [ou a fechar]... E eu a pensar que estes 'gaijos' eram danados para o negocio? Bem, espreitando [mais] uma porta 'fechada', fui abordado por 2 chineses que perguntavam, em ingles macarronico: "jantale? jantale? pol aqui faz favole, pol aqui!". Apesar do 'risco', poucos metros depois apontaram para uma porta, o pressuposto restaurante ainda 'em funcoes' aquela hora [quica negocio de familia... ou so negocio para eles!].
Entrando, lembrei-me de algumas 'cantinas' onde ja estive antes... sendo esta bem mais 'piquena', ou 'a moda dos chineses' [que a gente ja sabe que eles tambem nao ocupam muito espaco...]. HEHEHEHE Bem, 'hehehe' foi quando percebi que aquilo, sim senhor e tal, tinha la mais gente dentro, coiso e tal... mas tudo chineses! N'as pas d'outros estrangeiros no sitio! Boa, agora e que vao ser 'elas'... Felizmente, os 'guias improvisados' da coisa la foram traduzindo a ementa, e aquilo nao ficou vazio de repente [o que tambem foi importante!].
De repente, um rapaz [demasiado 'largo' para o chines 'normal', e ja agora demasiado 'embirrento' para o meu gosto...] saiu da cozinha e mostrou alguma falta de paciencia para ainda servir 'clientes' aquela hora... Mas la aceitou a 'encomenda' [ou melhor, as 7 ou 8 raparigas chinesas [sem mais nada que fazer?!?] que pareciam estar a servir as mesas, apontaram o pedido com a devida [pensava eu!] traducao dos 'guias'. Infelizmente enganou-se num prato. Mas sem grande alternativa, o chines 'largo' voltou mesmo para tras com o prato [na volta la teve de jantar algo diferente do que estava a espera... HIHIHIHI].

Entao veio a historia da 'gorja'. Tendo apresentado a conta [e esta tendo sido verificada!], la ficaram um pouco mais de Yen's que o 'cobrado', e foi algo surpreendente verificar o ar algo 'surpreendido' do tal 'cozinheiro' ao receber a indicacao "deixa la isso, e para ti!"... Nao parecia perceber porque... Na rua, o acentuar do frio e o 'esvaziar' das ruas precipitaram o regresso ao hotel.

Na manha seguinte, a expectativa foi outra: que tipo de pequeno-almoco me espera?
Apesar de 'anunciado' um pequeno almoco "ocidental", o que e que sera isso na China? Felizmente, nao era muito diferente do normal, apesar de uma menor quantidade de pao e outros acompanhamentos, e uma maior presenca de pormenores "americanos" do tipo mini 'french toast'. Foi um pouco a despachar, pois o guia estava a espera.

Primeira paragem: a praca Tianamen!
Da informacao 'absorvida', destaca -se o facto de estar cotada como a maior do mundo, e ter uma estatua central dedicada aos herois de guerra da China, em especial contra o Japao. E estava cheia de gente numa 5.a de manha! No lado oposto, um vislumbre do primeiro dos muros que envolvem o acesso [e a propria] a Cidade Proibida. No muro da "Paz e Harmonia" ou "Prosperidade" [e complicado decorar nomes demasiado parecidos, especialmente se apenas troca a ordem destas palavras...], permanece uma imponente fotografia de Mao Tse Tung, que por la e chamado "Chairman Mao"- na Republica Popular da China, era suposto todos serem cidadaos iguais; mas como sempre, uns sao mais iguais que outros...

Proxima paragem: Cidade Proibida. Passando a "Porta da Harmonia", ou da "Paz Celestial", do "Povo e Prosperidade..." [e algo mais...] entreviram-se os primeiros pavilhoes erigidos durante a dinanstia Ming [principalmente], sendo que alguns foram criados ou renovados na dinastia seguinte, a Ching. Ainda assim, outras renovacoes sobressaem agora, as dos preparativos para os jogos olimpicos. Parece que vou ter de rever o "O Ultimo Imperador" de Bernardo Bertolucci para associar alguns pormenores e perceber a 'foto completa'. De acordo com o guia, tera sido o unico filme alguma vez autorizado naquele sitio. Tronos, escadarias e estorias interessantes das diversas geracoes que por ali passaram. Um passeio pelos jardins imperiais, um pouco mais de enriquecimento cultural, e finalmente o enriquecimento culinario!

O restaurante, na zona dos bairros antigos de Pequim [Hutong], parece ja ter sido visitado por ilustres diplomatas estrangeiros. Tudo bem, parece que estou em casa... ;).
O menu tem ar de 'turistico'... mas nem por isso e menos agradavel!.
Aqui chegamos ao Ponto 3: na China, a mesa com 'todos'.
Por muito pequena que pareca a mesa, parece sempre possivel 'encaixar' mais qualquer coisa... Seja sopa, servida ao mesmo tempo que o cha, ao lado da fruta, e pelo meio de pratos principais, entradas e acompanhamentos... O dificil mesmo e ficar insatisfeitos no final! Claro que uma ligeira pre-disposicao para o 'picantezito' e aconselhavel, mas nada do outro mundo.

Depois de almoco, uma proposta para andar de 'riquexo' e conhecer o velho bairro. Uma nova guia, [especializada em bairros antigos!?!] tomou a dianteira e, depois de algumas explicacoes, abriu literalmente as portas de uma casa. Cha foi servido, e perguntas e repostas circularam em ingles e chines [mandarim], naquilo que se tornou um momento agradavel. No final, ficou uma 'atencao' para a senhora que recebeu e serviu cha. Desta vez, excepcao a 'regra' houve um imediato agradecimento. 'Uma casa chinesa, com certeza...'
Depois, novo passeio por jardins da cidade e oportunidade de conhecer por dentro um verdadeiro templo budista: o 'White Pagoda', situado na 'ilha' de Pequim. Curiosamente, eles chamam 'mar' a extensao de agua em redor da ilha, na sequencia inclusive de uma lenda que diz ter vivido ai um dragao... Eu acho que aquilo e um lago, mas nao me quero estar a por com esquisitices. Eles que sao chineses, e com um pais daquele tamanho ate devem ter outros pontos de comparacao, que se entendam.

Ja no final da tarde, uma ida ao mercado 'Ya-Xu': oportunidade unica para ver e participar no jogo do 'gato e do rato'. A regra e simples: circular, esnobar, regatear e comprar. Pelo meio um 'eco' intermitente de "Take a look?; "I want to be your friend!"; "Nice Price. Very Cheap!"
Aqui o principio e mesmo comprar 'Gato' por 'Lebre'. Mas ao preco de 'Gato', e em geral com a qualidade da 'Lebre'... ou nao fosse contrafaccao da boa. Talvez alguns se lembre da personagem dos 'FAKERS'... Pois e, este deve ser um dos sitos a volta do mundo onde eles se devem abastecer. Vi mesmo alguns comprarem sacos de viagem e depois empurrar quantidades enormes do mesmo produto la para dentro... Tambem, ja tudo [ou quase] e 'made in China', por isso ate nem me espanta que alguns dos produtos ate fossem 'originais' e viessem directamente da fabrica. Ali so falta produzirem o vinho do Porto, o queijo da Serra, e os tapetes de Arraiolos [e olha que estes ultimos, se ainda nao o sao...].

Oportunidade ainda para disfrutar de uma 'foot massage'... bem relaxante... Hei, hei, nao sei o que e que alguns estao para ai a pensar, estava em pleno mercado! E nada de reminiscencias do 'Pulp Fiction'...
Estes mercados sao autenticos centros comerciais, de 5 e 6 andares, com escadas rolantes e tudo, mas que em vez das divisorias da lojas apresentam corredores e corredores de bancas de roupa [principalmente] mas tambem outras coisas, e sempre com o intuito de regatear. O limite e aquilo que o cliente quiser pagar... e o vendendor estiver disposto a aceitar para vender. A China moderna no seu melhor...

A saida, o meu 2.o encontro imediato com um taxista 'pequines'...
No proximo post, mas pormenores e algumas fotos!

Abracos e Beijinhos,

C.C.- The Flying Expat

'Sche-Sche' - part 1

'Obrigado'. E esse o significado do titulo. Nao sei se e mesmo assim que se escreve, mas e assim que se pronuncia... em Chines.
Ou seja, tendo terminado ja o ano de 2006, falta ainda 'blogar' sobre um dos episodios que marcaram Dezembro passado. E nada melhor que uma cidade de 16 milhoes de habitantes como tema: Beijing. Pequim.

Quis o acaso que se proporcionasse nesta altura uma viagem a capital das dinastias Ming e Ching [para alem das muitas outras que por la reinaram durante seculos, mas sem igual testemunho 'vivo' nos contornos da China de hoje, e daquela cidade em particular]. Noutra altura do ano teria inclusive pensado numa viagem adicional, a regiao [pais, territorio ocupado] do Tibete. Mas com a temperatura a rondar os 20-30 graus negativos por esses lados, pareceu muito melhor ficar pelos -3 a +5 graus de Pequim. E em boa altura!

Nao nevou, mas os rios e lagos da cidade ja haviam gelado. Sem vento, o frio ate se mostrou bastante suportavel. E se o frio apertasse um pouco mais, nada que uma visita a um mercado [indoor] chines nao resolvesse.

Mas uma coisa de cada vez.

Primeira nota sobre os chineses: cuidado com os taxistas! Aldra... . Com este ar ocidental, devemos ter alguma parecenca com 'patos' [e eles ate gostam de pato, vejam a fama do 'Pato a Pequim'...]. Se os deixarmos, 'esfolam-nos' os Euros todos que puderem.... mas em Yen's.
Parece que estamos mal habituados, dada a recorrencia de taximetros nos 'nossos' taxis, mas na China, antes de mais, ha que reparar nesse pequeno 'pormenor'. O melhor e mesmo ir ja com uma ideia de qual deve ser o preco, e perguntar logo de inicio no taxi, para confirmar.

Na viagem do aeroporto para o hotel ate pensei que o preco ate era tabelado [como noutras cidades], uma vez que os taxis estavam a ser controlados por um grupo de fiscais. Qual nao foi o meu espanto quando, ja na auto-estrada de caminho para a cidade , o motorista me passa o telefone para poder dizer a alguem do outro lado o nome do hotel, que por sua vez iria explicar o percurso ao motorista... so visto!!! Ao chegar, pedi ao 'bell-boy' que me confirmasse o preco a pagar. Tambem nao tinha mais para dar, por isso arredondei para baixo.

De outra vez, ao regressar do 'mercado' Ya-Xu', bem no centro calha outro taxi sem taximetro. Ao principio ate pedia o mesmo que ja tinha pago para vir do aeroporto!!!! E a desculpa era: 'traffic; traffic'... E normal que o preco aumente com o transito, mas isto era 'ciganice'... ou melhor, 'chinesice'! [peco desde ja desculpa aos honrados membros da raca cigana, que pelo menos nao tem o desplante de tentarem mostrar aos outros aquilo que nao sao; a gente olha e recebe exactamente o que ve...].

Finalmente, no regresso do hotel para o aeroporto, antes de entrar no taxi ja sabia quanto deveria pagar. Nada que impedisse o motorista de, a chegada, pedir mais do dobro do que devia.
Levou aquilo que era suposto e nem piou. Ao menos tem isso: sao educados. Aldraboes, mas educados.

Mas nao digo que e regra geral. Apenas uma regra de sobrevivencia [em especial para os que mais precisam]. Tive um guia durante 3 dias, que foi sempre a imagem da rectidao e educacao. O que lhe faltava em experiencia [apenas 2 anos de trabalho, ao que me apercebi] compensava em falar bom ingles [infelizmente ainda uma raridade naquelas partes] e numa honestidade e simplicidade reconfortantes. Quando dependemos de alguem para nos guiar por um idioma e terra desconhecidos, e bom ter alguma sensacao de conforto!

Mas a minha aventura ja havia comecado no aeroporto, ainda antes da partida. Tendo chegado com a necessaria antecedencia, eis que me deparo com um quadro de 'departures' no qual o meu voo nao figurava. Ja meio aturdido, vou ao balcao da companhia aerea. "Your flight has been cancelled. I don't know why, but you have been booked for tomorrow, at the same time schedule".
Entao como e? Desmarca-se assim sem um telefonema, um e-mail, nada?
Ate ja tinha tentado confirmar antes, e soube de uma ligeira alteracao no voo de regresso. Nada acerca do voo de ida... E agora, nem sequer existia voo de ida! Pelo menos nao no mesmo dia...

Mostrei tanto desapontamento como calma ao lidar com a situacao. Acho que a 'hospedeira' no balcao devia estar a espera que eu comecasse a barafustar e a perder a paciencia. Mas nao. Nao sei se foi do choque, ou da racional realizacao que aquilo so la ia com algum dialogo e consenso [ou bom senso!]. As tantas so me perguntou de onde era [originalmente]. Percebeu que nao era daqui, e que nao tinha cara de chines... [va la, do mal o menos...].
Em vez de um voo para Pequim, calhou-me uma ponte aerea para Chengdu, ja na China, e entao depois um voo 'local' de 2 horas e meia para a capital. Enfim, o que vale e que ainda conseguia partir no mesmo dia.

A chegada a Chengdu, toca de recolher a bagagem [nao era possivel despachar directamente para o destino final, va-se la saber porque...] e descobrir o proximo balcao de check-in.
Primeiro descobri uma banca de venda de fruta [literalmente 'banca' e nao loja] em pleno edificio do aeroporto. Depois de passar por mais umas poucas 'vendas' de doces e bebidas, la cheguei aos insuspeitos balcoes da 'Sishuan Arilines', a companhia local.
Mas parecia que a minha aventura continuava... "Your name is not on the computer..."
Ai, ai, ai... Uma vez e como o outro. Agora duas, e na mesma viagem...!
"Desculpe la, o fachavor, mas pode ver outra vez? E confirme la se o voo nao esta correcto?"
[nao foi bem assim que saiu, mas a intencao estava la... se bem que em igles, e tendo em conta os cuidados da traducao, as coisas saem mais directas mas tambem mais 'polidas'... mas eu ja nao me estava a sentir nada polido! E entao depois de um voo intercontinental para um destino alternativo...]

Uma vez mais, nada que um pouco de paciencia, neste caso minha e da assistante de balcao, nao tenha resolvido. Se bem que ja nao sabia do que ela tinha mais vergonha: se do embaraco que o meu olhar directo causava, ou se do facto de nao saber bem como chamar a atencao do seu supervisor... Ate parecia que a ignoravam, e pelo caminho, era o mesmo que me faziam a mim!
Pelo visto o voo tambem nao deveria ir completo, por isso, depois de insistir que tinha sido outra companhia aerea a fazer a marcacao, e na noite anterior [alias, pela diferenca horaria na China teria sido ja nessa madrugada... e ainda se espantam que eu estivesse a comecar a sentir alguma 'rabugice'...], la veio um sorriso 'simpatico' com a resposta "O.K., it is taken cared of."

Feito novo check-in da bagagem [e da minha pessoa, ja agora], precipitei-me para o controlo de passaportes e bagagens de mao. Neste caso, controlo de fotografia de passaporte [ali nos e que somos todos iguais...] e de ... casaco. Na sala de espera confesso que me senti 'um nadinha' como 'peixe fora de agua'. Acho que o facto de ser o unico ocidental e capaz de ter ajudado. Alguns olhares curiosos, do tipo "olha onde este veio parar...", mas nada de pedidos de fotos ou sorrisos malisiosos de locais [eles ou elas]. Afinal, trata-se se um aeroporto internacional [e de um terminal bem pequenito...].
O cansaco apenas me permitiu o descernimento de tentar localizar uma rede chinesa no telemovel, o que permitiu receber algumas chamadas coma minha propria voz.... Surpresa! Parece que as comunicacoes [servico de] nao esta a altura dos aparelhometros que percorrem o mundo com a marca 'Made in China'... Quem diria! "Balato, balatinho!!!". Deu ainda para ler o jornal em ingles que trouxera do voo anterior.

O resto desta primeira parte ja sabem: chegar ao aeroporto de Pequim, pegar na bagagem, e prosseguir para o meu primeiro 'encontro imediato do terceiro grau' com um taxista chines.
Na segunda parte conto mais pormenores.
'Sche-Sche' pela vossa atencao.

C.C.- The Flying Expat

New Year Resolutions

Goede morgen, goede midag, goede nacht...
Vao ser 365 dias disto... more or less. O ano passado foi o ano da transicao; este vai ser o da confirmacao. Ou nao...

As duvidas sao muitas. O desafio e crescente. E certezas, so tenho uma: estava tao bem em Portugal na semana passada! O Sol e o 'calor' [ou "menos frio" talvez seja mais apropriado] de facto combinam muito melhor comigo do que o 'cinzento' e o 'gelo' que por aqui pontificam.

Enfim, basta de lamurias, e toca de ir ao que interessa: new year resolutions!

Afinal, estando do lado de ca, quais sao os meus principais objectivos para este ano?

Antes de mais, alguma estabilidade na empresa. Foi um ano de comeco, muitas coisas novas, alguns sobressaltos e quase nenhum sossego. Mas dito assim, parece que quero 'emprego' e nao trabalho'...
Na realidade, apenas quero ter mais amiude a sensacao de a-vontade com o rodopio de questoes e solicitacoes constantes, mas sem ao mesmo tempo deixar de me entusiasmar com os novos desafios e a aprendizagem que tudo isto me tem proporcionado.

Nao menos importante, viajar. 2006 foi um ano proficuo no que respeita a alargar horizontes, no seu sentido mais literal... Da America a Asia, que e como quem diz, de Nova Iorque a Pequim, dos pincaros do Empire State Building as torres da Grande Muralha da China. E com passagens diversas por diferentes pontos da Europa, numa especia de 'va para fora ca dentro' multicultural, bem a imagem do novo estilo de vida 'a-la-UE': todos cidadaos do mesmo tempo e espaco, se bem que com algumas oscilacoes de poder de compra.
O proposito para 2007 e conseguir pelo menos igualar as 'milhas', tanto nas distancias como no programa de passageiro frequente, que alcancei no ano transacto. E claro, equilibrando as viagens pelo desconhecido com o retempero do 'regresso a casa'.

Em terceiro, mas bem que poderia ser em primeiro, espero que o 'Hotel M' possa receber muitas 'ilustres' visitas neste ano: familiares e amigos, todos sao benvindos, trazendo um pouco da sua 'portugalidade' e boa disposicao.

Conto convosco, pelo menos nesta ultima, para fazer de 2007 um ano das melhores experiencias, aprendizagem e recordacoes.

Feliz Ano Novo.

C.C.- The Flying Expat