Monday, November 20, 2006

N.O.T.P.


Se fosse uma ex-colega de escola que lesse isto, ainda pensava que era um post sobre os New Kids On The Block - NKOTB... Pois S., so agora e que percebeste a diferenca [brincadeirinha!].

Na verdade, este e um post sobre os TFF. E ja agora sobre o IT [nao confundir com o ET, apesar do aspecto dos seus 75 anos que ja nao enganam...tal como o algodao].

Sabado fui convidado para a minha segunda N.O T.P.: the Night Of The Proms! Mas desta vez nao era uma festa de final de curso...

Para voces, "incultos", que pensam que o Colombo e uma cidade, e acham que tremocos e torresmos sao uma verdadeira "delicatesse" [por acaso ate marchavam, mas com uma boa cerveja belga...], dizia, para quem nao sabe, trata-se de um verdadeiro espectaculo musical!
Foi a minha "estreia" no Ahoy, e logo com um evento destes. A musica da para agradar a geracoes dos 25 aos 55 [e arriscava dizer um pouco mais, nao fosse "IT" o mesmo que... Ike Turner!]

Ok, ok, ja podem para de rir. Nao, eu nao fui ver um concerto do Ike Turner. Ele era apenas um dos varios artistas que compoe o "leque" de musicos que se juntou sob o "franchising" N.O.T.P. na versao 2006. E nao e o primeiro ou segundo ano que acontece! Segundo ouvi, vai para quase 20 anos que a musica dita classica e a pop se juntam a uma orquestra e um coro, apoiados por uma banda, tenores, vocalistas e as suas proprias bandas, para no seu conjunto oferecerem um verdadeiro show de musica. Seja qual for o estilo que nos faca "tickar" o coracao.



Digo-vos mais: nao e a toa que se chama "Night Of The Proms". O facto de juntar musica de varios quadrantes e geracoes torna quase impossivel que, pelo menos uma delas, nao faca parte da "banda sonora" da nossa vida.

Para nao falar no espectaculo de luzes e cor simultaneo ao sublime som da orquestra, a acompanhar, por exemplo, John Miles numa vibrante interpretacao de "Music was my first love"... Arrepiante...

Particularmente, mesmo antes do intervalo fiquei satisfeito por ter ido . Os TFF entraram em palco, numa timida interpretacao de "Mad World", mas logo aceleraram e arracaram refroes da plateia com "Everybody wants to rule the world" e "Sowing the Seeds of Love". E quando pensava que nao se podia pedir mais, eles lancaram o desafio: "Shout", especialmente electrizante na versao ao vivo.
Caramba, e que dava mesmo vontade de gritar. Isto musicas muitas vezes entoadas ao passar na radio, mas que eu nunca pensei que alguma vez poderiam ganhar mais vida do que quando eu tocava o meu "Jakpot'86" no gira-discos... Lindo!

Os UB40 tambem estiveram bem, para alguns no mesmo sentido que para mim foram os TFF. Mas impressionante foi o tenor "convidado", que responde pelo nome de Tony Henry, e que mostrou ao entoar trechos do "Barbeiro de Sevilha" e "Carmen" porque o apelidam de "new Pavarotti"...

Enfim, um pouquito de tudo a mistura, sempre com arranjos musicais (e visuais) impecaveis.

La na terra nao ha nada disto, e se houvesse se calhar nunca teria pensado seriamente nisso. Mas as vezes nao ha nada como experimentar...

http://www.notp.com/?country=en

Saudacoes musicais,

C.C. - The Flying Expat

Monday, November 13, 2006

MaGuStO

Tambem ha Magusto aqui!!!

Claro que para isso, e preciso um igrediente mais valioso que as castanhas ou a agua pe: Portugueses!!!!!!

Felizmente foi essa tambem a ideia da anfitria, A., que lancou o convite para um sarau "a Portuguesa" sob o pretexto do S. Martinho.

"Vai ser giro!", disse A. com entusiamo redobrado, enquanto repetia: "vai ser uma noite de falar so Portugues e ouvir musica Portuguesa, e claro, castanhas assadas!"

Bem, olhando la para fora, e da forma como o tempo tem estado, como seria possivel recusar tamanho "calor" humano, e com a promessa de tanta alegria?
Na verdade, nao seria preciso muito para dizer sim. A. & S. sao das melhores companhias que um expat pode querer... mesmo sem "kastanjes"!

Claro que o simples facto de nao ter qualquer viagem marcada para Portugal para saborear the real thing (roasted "kastanjes", "whatever" como diz o outro...) ajuda a valorizar ainda mais a oportunidade. E ser fim-de-semana entao, caiu que nem ginjas, sem preocupacoes de viagem ou de serao. E que serao!

Ja sei que me vao voltar a chamar de "imigra" [incultos, eu sou um expat, "fachabori"!], mas nada melhor que uma mesa "decorada" com bom vinho e enchidos de origem lusitana. E ja agora tambem de boa sangria, que quer seja tipica ou nao, escorrega sempre bem!
;)
:P
O ponto alto do sarau foi o desafio que A. tinha ja lancado pelo telefone: "e para trazer uma leitura, um poema, uma musica, o que seja... mas tem de ser em Portugues!"
Chegada a altura, as declamacoes seguiram-se como cerejas, umas atras das outras com mais ou menos sentimento, mas sempre com grande honestidade.

Pelo meio, algumas musicas da nossa juventude..."sao como divas"... E com alguma surpresa, mesmo as musicas que nao foram da "nossa" juventude transbordaram de sentido e ocasiao, tal a alegria e o sentimento [nao, aquela hora ainda nao era o vinho a "cantar"]. Nesta seccao, de referir o grande "Zeca", o rapaz estara sempre "la"! Explicar isto a um "estrangeiro" e que ja nao e tao facil, mas o momento quase que falou por si...

Isto pede um esclarecimento: apesar da mencionada "exclusividade Portuguesa", contamos com duas honrosas excepcoes: ambos rapazes de bom gosto, ou nao tivessem eles escolhido (e sido escolhidos, claro esta) cada qual para sua companheira uma cachopa lusa! So por isso, e o facto de se expressarem em bom Portugues (importante, nao fosse alguem ficar com os copos, e ai ja nao havia lingua inglesa que nos salvasse!), dizia, so isso ja fazia deles compinchas naturais para a cantoria e para o vinho.

Num momento mais difuso da noite, surgiu o Dartacao, a Abelha Maia, o Verao Azul e ja nao sei mais o que... A internet e um mundo, e a 11 de Novembro foi tambem uma janela para o passado e para as emocoes antigas que nunca esquecemos.

Fazem parte de nos, pecas do "puzzle" que somos, independentemente de estarmos ai ou aqui.
E por breves instantes, estivemos ai...

Abracos e Beijinhos,

C.C. - The Flying Expat

Tuesday, November 07, 2006

A Veneza do Norte



A Veneza do Norte: foi esta a minha paragem num domingo de passeio.

Depois de algumas direccoes menos conseguidas [estes belgas sao um pouquito totos!!!], la apareceu o sinal a indicar "24 km". Claro que 5 min depois apareceu outro a dizer "desvio"...

Nisto estes gajos sao mestres. Nao tenho GPS [ainda...], mas acho que neste caso nao me teria valido de muito. So se fosse daqueles como dizia uma vez o Nuno Markl, com sotaque brasileiro: 'agora "viri" a "djireita"... nao, a "ouutra djireita"... faca inversao "dji" marcha, "istupido"...

Enfim, nada que uma boa dose de paciencia e "ijpiritu" lusitano de desenrasca nao tenham resolvido. Ao chegar, nao havia indicacoes para o 'Centro', apenas 'Parking' [ao menos isso...]. Nenhum parque de estacionamento podia ser mais caro que o de Amesterdao, por isso arrisquei e entrei no "buraco" que parecia a entrada lateral de um edificio abandonado, prestes a implodir, onde apenas a cancela e a tabela de precos pareciam ter sido actualizadas recentemente...

Desde que se pague, pode-se ter tudo: ate uma visao mediaval do estacionamento subterraneo para automoveis modernos!

O.K., nao era assim tao mau, e afinal de contas estava no "Centro", mas digamos que nao era o tipo de sitio onde gostasse de passar mais que o necessario para ir do carro a superficie.

Mas perguntam vocemesses [ou sera vossemeces? ou vocemeces... Chica ("chissa"), onde esta um bom dicionario de Portugues quando se precisa dele?]
Mas perguntam: que raio de "Centro" e este? "Veneza do Norte"? "Ai o camandro..." [pronto, esta ultima era escusada, eu sei...].

Rapazes e Raparigas [politicamente incorrecto, nao interessa...], TODA a gente sabe que so ha uma e UMA SO Veneza do Norte...

Ainda nao adivinharam?

Incultos! Ja parece daquela vez que pensaram que o Colombo era uma cidade que eu tinha visitado [so porque eu falei num "centro cosmopolita"...].

Brugge, meus amigos, Brugge!...

Com os seus canais espalhados por toda a cidade, ruas estreitas, lagos artificiais e catedrais de campanarios altaneiros. A primeira vista e logo de se lhe tirar o chapeu [a nao ser que esteja a chover, o que felizmente nao era o caso], ao primeiro olhar que se lanca ("lansa") a imponente "Markt Square": simplesmente lindo!

Atravessando a praca ("prassa"... argh!) redescubro as sensacoes da visita a Florenca [ou nao combinasse com uma viajem a "verdadeira" Veneza], nao tanto pela arquitectura dos edificios mas pela riqueza do conjunto em si, pela beleza e imponencia de cada recanto, tanto quanto a vista alcanca.

Primeira paragem [depois do almoco, claro!!!]: aBelfry Tower. Domina nao so a praca, mas toda a paisagem da cidade. Data do sec. XV e tem mais de 80 metros de altura. E obra!



O edificio envolvente inclui um pateo interior, que reforca a sensacao de recuo no tempo quando nele se entra e olha para o topo da "torre do relogio".

Saindo pela "porta das traseiras", podia-se pensar que se volta a normalidade.. mas pelo contrario! Entra-se num mundo de ruas estreitas e edificios antigos, que explicam a pouco e pouco o porque desta cidade ser considerada "patrimonio da humanidade". 5 estrelas.

Percorrendo as ruelas continua-se uma viagem pelos sec. XV-XV!-XVII entre igrejas e portadas antigas. O pouco (mas algum) comercio "aberto" ao domingo da alguma vida as ruas, que este people pode ser "toto" nas indicacoes do transito, mas nao e parvo no fazer negocio e aproveitar as coisas boas da vida... Mas sem demasiada confusao. Principalmente turistas e locais que passeiam pelo simples prazer de percorrer as mesmas ruas.

Uma esquina, e outra praca. Outra igreja. Um antigo hospital transformado em museu e esplanadas. E depois a igreja de "Nossa Senhora", onde pontifica uma famosa estatua de Miguel Angelo [o escultor, nao o musico... felizmente os Delfins nao fizeram nenhuma versao do "color azul" em flamengo, senao eramos tao odiados pelos belgas como somos pelos holandeses desde o ultimo mundial de futebol!].

E finalmente, a oportunidade que esperava: um cais de partida de visitas de barco pelos canais!Ouvi dizer que as interompem durante o Inverno e grande parte do Outono por causa do frio [e nao me espantava pela possibilidade de a agua gelar, tao "amena" anda a temperatura por estes lados...]. Por isso aproveitei e segui para a fila [sim, que eu nao utilizo vocabulario "menos correcto", isto e um Blog decente...], comprei o bilhete e esperei o barco.
Tempo para umas fotos "by the water" com o Sol a mostrar vontade de se por. ["rasteirinho... rasteirinho e..." frio, neste caso! Quem nao percebeu, tambem nao interessa].

Mas o melhor ainda estava para vir: com o cair da noite, e o passar das horas, entrei numa pastelaria/casa de cha/restaurante, e saboriei um belo chocolate quente a acompanhar o que de mais tipico tem os belgas: um waffle coberto com chocolate! Saboroso! Lekker!

Sim Vitor, podia estar a falar de uma bela cerveja belga, mas isso fica para dias mais quentes...
;)

De regresso ao ponto de partida, a torre do relogio mostrava-se ainda mais bonita que antes, iluminado a praca e a cidade na noite.


Abracos e Beijinhos,

C.C. - The Flying Expat